segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ser ou não ser

POR

Tô de saco cheio.

Saco cheio das pessoas se acharem donas umas das das outras nas redes sociais. Saco cheio de seguirmos um padrão, uma seita, uma formatação do pensamento. Se você não pensa igual ao outro você é um alienígena. E vira o alvo número um da corrente pré-alguma coisa. Até porque, argumento que é bom, quase não se vê.

Em meu twitter pessoal sigo pessoas que gosto, que acho dignas, sinceras, amigas. Todas, como eu, tem seus defeitos. Torcem por clubes diferentes, tem gostos diferentes dos meus, mas a gente se gosta por algum motivo. E respeito as escolhas de cada um e não gosto mais ou menos de ninguém por pensar diferente de mim. A importância das pessoas não é medida pelo time que torcem. Ponto.

Eu, como jornalista, fiz uma escolha. Torceria para o Vasco ser campeão do Brasileirão 2011. Peraí, todos sabem que eu sou Flamengo. Como assim então torcer para o Vasco? Analisemos os dois times na parte de cima da tabela.

O elenco corintiano é limitado. E o Tite fez milagre em conseguir dar consistência e regularidade ao time. Tanto é que ficou por tanto tempo na liderança e, logo na arrancada, obteve um inacreditável aproveitamento de 93% no campeonato. Méritos do técnico.

O Vasco tem a profissionalização do futebol visível a todos. A organização extra-campo, o trabalho de todo o departamento de futebol, desde a telefonista até a presidência, não há um que se sobressaia. A postura do time depois do acontecido com o Ricardo Gomes e o time em campo mostrando um futebol bonito, envolvente. Resultado de um planejamento. Seriedade e competência de Roberto Dinamite e Rodrigo Caetano.

No quesito futebol seria regularidade x bom futebol. A regularidade obtida a partir da excelência demonstrada pelo Tite contra um futebol de encher os olhos como fruto de um planejamento primoroso por parte de uma diretoria, que fez questão de continuar disputando o título do Brasileirão e Sulamericana, mesmo com a vaga na Libertadores já assegurada.

Poderia até ser premiada a regularidade do Corinthians. Bato palmas. Mas eu torço acima de tudo pelo bom futebol, pela melhoria do futebol, por um futebol feito por gente que demonstra querer que o futebol seja melhor em todos os aspectos.

Esse ano foi cheio de manipulações e conchavos para o beneficiamento do Corinthians. Não quero pregar o falso moralismo, mas quero sim um campeonato mais justo. Não quero ficar acomodada, achando que todo o ano vai ser assim, que a CBF escolhe um pra ser campeão e a sujeirada toda sempre se repete. Não quero ficar feliz por que meu time ganha com um gol roubado. Quero ganhar dentro de campo. Acho que não adianta falarmos em honestidade na vida, querer um mundo melhor se essas pequenas coisas não forem valorizadas no esporte também. Honestidade, fair play, respeito ao próximo. Dinheiro não compra dignidade. Odeio essa sujeirada toda, essa máfia da CBF.

Então, eu aguento a flauta dos rivais vascaínos. Aguento a verdade de que eles tiveram mais time e mais gerência que o meu. Simplesmente porque é verdade. Pelo bem do futebol. Ainda que a grande maioria das pessoas não consiga, infelizmente, aplaudir ao rival, pelo pensamento de ser “menos pior” que o vizinho. Respeito, mas não sou assim.

E que ano que vem meu tinha tenha competência dentro e fora de campo para fazer um excelente campeonato e dar alegria a toda a NAÇÃO. Da maneira que deve ser, dentro de campo, magicamente envolvente. O que já não acontece há um bom tempo.

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